Astros da NBA falam sobre saúde mental na Liga
Durante o aAll Star Weekend, Kevin Love e Demar DeRzan aproveitaram para esclarecer sua trajetoria contra a depressão.
Jogadores comemoram após uma jogada bem executada durante a partida.
Foto: Veja.com/ Raptorsrapture.com
Agnes Rigas
Beatriz Amorim
17/09/2018
Fonte: esporte.ig.com.br (adptado)
Falta menos de um mês para a volta da NBA, vamos encontrar caras novas nos times, outros vão enfrentar grandes dificuldades de se manterem entre os oito melhores da conferencia e muitos vão continuar com os mesmos problemas, mas com o objetivo de sempre, chegar aos Playoffs. Porém um assunto considerado recente atualmente entre os jogadores é a batalha da saúde mental.
Com depoimentos de jogadores importantes da liga, esse problema vem ganhando grande repercussão desde da última temporada onde astros como Kevin Love do Cleveland Cavaliers e Demar DeRozan do San Antonio Spurs, por exemplo, contaram relatos de sua luta pessoal contra a doença.
Muitos pensam que atletas, são como super heróis por serem considerados exemplos por muitas pessoas. Mas muitas dessas pessoas também não levam em consideração que esses mesmos jogadores são míseros seres humanos e que passam por problemas normais como qualquer pessoa.
Quando o ala-pivô do Cleveland resolveu revelar os problemas que vinha enfrentando, uma porta se abriu dentro do mundo da NBA onde nos atletas poderiam começar a falar abertamente sobre seus
problemas e com isso, podiam de alguma forma, ajudar um colega de profissão, um fã a superar os mesmos problemas.
Kevin em uma entrevista The Players’ Tribunedeclarou ter sofrido um ataque de pânico no dia 05 de novembro de 2017 no confronto contra o Atlanta Hawkins na Orakle Arena em Ohio.
Kevin Love comemora com o seu ex parceiro de equipe Lebron James.
Foto:sportv.globo.com
“Meu coração estava saindo do peito. O ar não chegava aos pulmões. Enfiei o dedo na garganta para tentar limpá-la. Foi assustador. Achei que estava tendo um ataque cardíaco. Senti muito medo. Realmente pensei que fosse morrer naquele momento”.
“No dia 5 de novembro, depois do intervalo do jogo contra o Atlanta Hawks, eu tive um ataque de pânico. Veio de uma hora para a outra. Nunca tinha tido um antes. Eu nem sabia se eles eram reais. Mas foi real tão real quanto uma mão quebrada ou uma torção no tornozelo. Desde aquele dia, quase tudo que eu penso sobre minha saúde mental mudou. [...] Por 29 anos, sempre pensei que (problemas com) saúde mental fosse um problema dos outros. Para mim, era uma espécie de fraqueza que que poderia tolher o meu sucesso no esporte ou me fazer parecer estranho ou diferente. E então veio esse ataque de pânico [...] Todos carregamos nossas dores, e elas podem nos machucar se a mantivermos enterradas dentro da gente”, revelou Love.
Quando o assunto começou a ganhar repercussão, o ala-armador Demar DeRozan do San Antonio Spurs também divulgou sua luta contra a depressão. Durante o All StarWeekend, ojogador aproveito suas entrevistas na coletiva de imprensa para falar sobre seu tratamento e como lida com essa doença diariamente.
“É uma daquelas coisas que não importa o quão indestrutível nós pareçamos, somos todos humanos no fim do dia. Todos nós temos sentimentos e às vezes parece que o mundo inteiro está acima de você [...] Não é nada de que me envergonhe. Agora, na minha idade, tenho ciência de quantas pessoas passam por isso. Mesmo que algumas possam olhar e dizer coisas como ‘ele passa por isso e ainda está aí tendo sucesso e fazendo as coisas’, estou bem com isso. É uma daquelas coisas que não importa o quão indestrutível nós pareçamos, somos todos humanos no fim do dia. Todos nós temos sentimentos e às vezes parece que o mundo inteiro está acima de você”, desabafou DeMar DeRozan.
Demar DeRozan executando jogada no jogo contra o Philadelphia 76ers.
Foto: sportv.globo.com
Os altos salários, os prêmios e a vida glamourosa que levam escondem problemas e pressões sobre um jogador de basquete desde o primeiro momento em que se destaca ainda criança. A relação com o público, as entrevistas e a necessidade de se apresentar como uma marca, além do atleta, impõem duras exigências. Quando as declarações dos atletas começaram a ganhar repercussão dirigentes e técnicos começaram a dar declarações sobre o assunto. Michele Roberts, diretora da NBPA e John Lucas, assistente técnico do Houston Rockets começaram a expressar suas opinões sobre os problemas enfrentados pelos jogadores. Muito ainda não se sentem a vontade de expressar seus problemas por vergonha de que tipo de notícia isso pode gerar e a repercussÃo que pode gerar para o time em que atua.
“Fomos ingênuos em achar que não tínhamos que dar a mesma atenção para o bem-estar mental dos jogadores assim como o bem-estar físico. É uma pena que não tenhamos dado atenção a isso há muito tempo”, disse Michele Roberts, diretora executiva da NBPA, em entrevista recente ao site SB Nation.
John Lucas, assistente técnico do Houston Rockets e jogador aposentado da NBA que enfrentou o vício em álcool e drogas e, atualmente, administra um programa de cuidados e bem-estar para atletas, estima que mais de 40% dos jogadores da NBA têm problemas de saúde mental, porém menos de 5% buscam ajuda. É uma epidemia na nossa liga”, diz ele. “Estou falando de tudo, desde DDA até bipolaridade, ansiedade e depressão”. Disse John Lucas.
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